Entre os seres mais primitivos da terra, com o seu aparecimento há mais de 300 milhões de anos, e apesar das mais de 1600 espécies descritas de escorpiões, apenas 25 destas causam graves acidentes e são preocupações na Saúde Pública.
Com hábitos noturnos e alta capacidade de adaptação, apresentam uma maior atividade nos períodos mais quentes do ano, onde a facilidade de encontrarem suas presas é maior.
Sendo carnívoros, se alimentam preferencialmente de pequenos insetos, baratas, grilos, aranhas e de outros escorpiões, costumando comer muito de cada vez, ingerindo o alimento lentamente, e depois são capazes de ficar sem comer por mais de um mês.
Essa característica de hábito alimentar, faz com que as frequências dos acidentes mais graves aconteçam no período mais frio do ano, onde a disponibilidade de alimento é menor, enquanto na primavera e no verão, apesar do número de acidentes ser maior pela atividade, estes são menos graves, pela constante atividade dos escorpiões.

Alta capacidade reprodutiva
Outra característica interessante está relacionada com sua capacidade reprodutiva. Enquanto algumas espécies realizam a dança do acasalamento em um ritual para que ocorra a reprodução, outras espécies não possuem exemplares machos, apenas fêmeas, que realizam a partenogênese, havendo o desenvolvimento do embrião sem que ocorra a fertilização, ou seja, ocorre por reprodução assexuada. Em média, realizam 2 partos por ano, com aproximadamente 20 filhotes/parto, podendo assim, 1 indivíduo gerar até 160 novos indivíduos.
Na nossa região, apenas duas espécies são relatadas como causadoras de impacto para a Saúde Pública.

Tityus bahiensis
O “Escorpião Preto ou Marrom” como é conhecido o Tityus bahiensis, possui o tronco escuro, pernas e palpos com manchas escuras e cauda marrom-avermelhado. Nessa espécie existe a diferenciação sexual, com exemplares machos e fêmeas. Estas podem gerar mais de uma ninhada a partir do mesmo acasalamento, decorrendo vários meses entre os dois partos, sendo o período de gestação de 2,5 a 3 meses.

Tityus serrulatus
Já o “Escorpião Amarelo” como é conhecido o Tityus serrulatus, possui as pernas e cauda amarelo-clara, e o tronco escuro. A denominação da espécie é devida à presença de uma serrilha nos 3º e 4º anéis da cauda. São os maiores causadores de acidentes com maior gravidade e número de óbitos relacionados à sua picada.
Ambos utilizam o ferrão em situações distintas, para defesa, alimentação e algumas espécies também durante o acasalamento. Por isso, o controle de escorpiões deve ser realizado com extremo cuidado, por empresas especializadas, para evitar que estes desalojem de seus esconderijos aumentando ainda mais esse número indesejado de acidentes.