Os carrapatos são artrópodes de reconhecida importância médico veterinária, não só pela importante ação espoliadora sobre os hospedeiros que parasitam, como também pela relevante capacidade de atuarem como vetores de importantes agentes patogênicos de caráter zoonótico, ou seja, doenças transmitidas entre os animais e homens, como é o caso da mais conhecida a Febre Maculosa. Além do homem, participam também como veiculadores de doenças para os animais domésticos e silvestres, de agentes patogênicos incluindo bactérias, vírus, protozoários e nematoides.
Para o controle integrado de vetores e pragas sinantrópicas, das 680 espécies descritas, atualmente destacam-se para os chamados de controle de infestação, como agentes principais, os carrapatos do gênero Amblyomma spp, conhecidos como carrapato estrela, e os carrapatos da espécie Riphicephalus sanguineus, conhecidos como o carrapato vermelho do cão.
O ciclo evolutivo desses carrapatos compreende fases de vida parasitária, onde larvas, ninfas e adultos permanecem se alimentando nos hospedeiros por um tempo variável e fases de vida livre, no solo ou vegetação, onde ocorrem as posturas, as ecdises (ou mudas) e as esperas pelos hospedeiros. As fêmeas, depois de fecundadas e ingurgitadas, soltam-se da pele do hospedeiro, vão ao solo e dão início a uma nova geração. Concluída a oviposição em média de 3.000 a 7.000, as fêmeas morrem. Os machos permanecem nos hospedeiros ainda por alguns dias para acasalar com outras fêmeas.
O carrapato vermelho do cão, apresenta uma importante característica em relação ao seu comportamento que é o “geotropismo negativo”, ou seja, se afastam do solo para a troca das ecdises à procura de lugares altos, preferencialmente próximo aos locais onde os hospedeiros principais ficam e dormem. Esta é a famosa infestação de “carrapatos subindo pelas paredes”.
No que se refere às ações de controle dos carrapatos, alguns aspectos devem ser observados para o sucesso no controle dessas espécies. No animal, o tratamento representa só 5% da infestação, porém, é extremamente importante que o mesmo seja encaminhado para um tratamento sob a supervisão de um Médico Veterinário.
Para o tratamento do ambiente, 95% da infestação que correspondem às fases de vida livre e não parasitária, deverá ser feito o uso de pulverização com produtos saneantes domissanitários de efeito residual devidamente registrados para essa finalidade, aplicados por empresas especializadas com segurança para os animais, o homem e o meio ambiente, sendo este procedimento de grande importância para a redução total ou parcial desses artrópodes na área a ser tratada.